domingo, 29 de julho de 2012

Serra do Japi. O ciclo histórico dessa semana foi pela Serra do Japi, entre os municípios de Cajamar e Jundiaí, com um pouco de patrimônio cultural natural. Marcamos, pela internet, um ponto de encontro com o grupo Pedal Jundiaí, que já havia publicado que haveria ontem (28.07) uma trilha pela Serra. Avisaram tb que seria em ritmo forte, incluindo uma subida muito pesada até um conjunto de antenas no topo de um morro ("trilha da antena da Cultura"). 

Claro que subestimamos, e até brincamos que foi um trote do Grupo por conta de ser a primeira trilha com eles. Apenas para ter uma ideia nos 10 primeiros km até a antena já tínhamos um acumulado de subida de 700m, quase a metade do que se costuma ter em trilhas moderadas de 50km...

Penúltima subida antes de chegar na torre, muito íngreme e longa. 


Pessoal na área de torres; embora alto, pena que não há nenhum visual de lá de cima, só mesmo a superação de chegar.

Na volta o grupo resolveu se separar por conta do horário, e eu, Dom e Fernando, com um pouco mais de folga, resolvemos continuar por uma outra trilha circular - um caminho com paisagens bonitas e próximo a áreas bem preservadas (aprox. +35 km).


Fernando e Dom pedalando.

O bacana desse segundo trecho da trilha foi pedalar margeando a área tombada da Serra do Japi. Na década de 70, época do início do movimento ambientalista no Brasil, não havia instrumentos específicos para proteção de áreas naturais - o que só veio a se consolidar com a Lei do Sistema Nacional das Unidades de Conservação, em 2000, em que pese a existência de áreas protegidas anteriores - de modo que o instrumento do tombamento serviu como peça fundamental para a proteção de áreas naturais, a exemplo da própria Serra do Japi e da Serra do Mar, tombadas, respectivamente, em 1983 e 1986. Aliás, a primeira área natural tombada pelo órgão de proteção estadual foi a Pedra Grante em Atibaia, em 83, que contou particularmente com a liderança do ambientalista Fabio Feldmann e o geógrafo Aziz Ab' Saber.

Placa informando ser a área tombada.

Longe de ser o instrumento exclusivo para a conservação ambiental, o tombamento de áreas naturais reconhece a importância da beleza cênica e paisagística de porções do território, a beleza de determinadas formações rochosas, etc., e até mesmo eventual relação histórica e cultural que pode existir - a exemplo da Serra do Mar e sua importância histórica na relação entre a subida da baixada santista em direção ao altiplano onde foi fundada São Paulo. 

Dom e a Serra ao fundo.

Mais sobre o tombamento da Serra do Japi: http://bit.ly/P68psO 
Aproveito para agradecer ao grupo Pedal Jundiaí (Daniel Rigato, Max Oliveira e Bruno Pacheco, www.facebook.com/groups/biikejundiai) por ter apresentado a trilha. Fotos do Fernando Souza.

Tracklog da trilhahttp://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=3141253 e http://www.webventure.com.br/ondepraticar/criarmapa/desenhar/id/1390

Sobre a trilha: trecho antena: difícil, mas vale o treino e o susto serve para te deixar vacinado. Trecho volta Jundiaí-Cajamar-Jundiaí: fácil com trechos bonitos. É possível fazer apenas um ou ambos.

Até o próximo ciclo histórico!

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Nesse último sábado, dia 21, fomos pedalar na região rural entre Jundiaí e Itu. O objetivo era chegar até o Armazém do Limoeiro, uma vendinha de 1901 que existe até hoje. O ponto de encontro foi às 8h numa casa de sucos na Rodovia Jundiai-Itu (D. Gabriel B. Couto).
Pessoal se preparando pra sair, estudando a direção.

Ao longo de quase todo o século XX serviu como armazém de produtos gerais para os colonos e trabalhadores rurais da região, voltados essencialmente para a cafeicultura. Aliás, inegável a importância de Itu e região para a economia de São Paulo durante o período cafeeiro, sendo uma referência simbólica desse período o casarão do então fazendeiro José Vasconcellos de Almeida Prato, protegido pelo tombamento desde a década de 90 (mais informações disponíveis aqui http://bit.ly/PzORki).

Embora a paisagem rural remeta hoje a áreas sem cultivo ou com outro uso (pasto, pinus, etc.), pedalar pela região foi como viajar de volta para o início do século XX e imaginar que daquela região toneladas de grãos saíram para conquistar o paladar do mundo. Abaixo, o Dom pedalando pela região:

Voltando para o Armazém... o local é administrado pela mesma família desde 1910, e ainda hoje funciona como um ponto de encontro: agora para ciclistas, peregrinos, e pessoas que chegam para curtir o local tranquilo e familiar. Claro, sem faltar itens para comer e beber, muitos deles da roça. Uma pausa no Armazém: 
Outro detalhe pitoresco - que quem conhece a região de Itu com certeza já reparou - são as curiosas formações geológicas (seria isso?), enormes áreas com cara de que no passado receberam uma "pitada de pedras":
Pra quem quiser se aventurar por esse ciclo até o século passado, aqui há o nosso tracklog 
http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=3155402 e http://www.webventure.com.br/ondepraticar/criarmapa/desenhar/id/1389

Total aproximado de 54km, com uma subida acumulada de 1524m. As fotos são do amigo Fernando Souza (de óculos escuro na foto do Armazém).

Sobre a trilha: moderada. O sobe e desce engana, há bastante subida acumulada, mas poucas subidas muito duras.

Um abraço e até a próxima viagem...