Sobre bikes e cidades: São Paulo e Amsterdam
Sobre bikes e cidades: São Paulo e Amsterdam. Recentemente, inspirado pelo pedal em Campos do Jordão, escrevi sobre a importância de áreas verdes públicas em áreas urbanas para prática de exercícios físicos e atividades de recreação e comentei da existência do Índice de Área Verde da OMS, que ajuda a avaliar se a quantidade de parques e áreas verdes é suficiente para um determinado município ou região levando em consideração o número de seus habitantes.
Hoje quero escrever sobre bikes e cidades com um amigo que pedalou por Amsterdam (o Xandoq). Há alguns meses estive na sala da Diretora de Paisagem Urbana da São Paulo Urbanismo, a Regina Monteiro, quando conheci um modelo de bicicleta patrocinada pelo Itaú que em breve estaria disponível para uso público em diversos pontos da cidade de São Paulo.
A bike propriamente. A Regina me relatou que não foi fácil concebê-la pois envolveu cuidados especiais com as peças e partes para evitar qualquer tipo de acidente com os ciclistas, já que o universo dos que irão utilizar é muito grande e diversificado. O modelo da bike tb se preocupou com acabamento para não rasgar roupas e adotou paralamas para evitar que o ciclista se sujasse em poças d'água.
Nesta semana, coincidentemente, andando pela região da Av. Paulista, vi um dos 20 postos de entrega e retirada dessa bicicleta que já existem. A ideia é implantar postos próximos uns aos outros facilitando o fluxo das bikes.
Funcionários da empresa trabalhando na instalação da estação para 12 bikes.
Quadro informativo da estação, com mapa da região (com estações) e outras instruções.
Em São Paulo a "Lei Cidade Limpa" teve um efeito interessante ao tornar escasso o espaço para publicidade, obrigando a iniciativa privada a encontrar alternativas - tais como adoção de mobiliário público para conservação e até mesmo o patrocínio de bicicletas. Além do Itaú há outras empresas trabalhando para propor projetos semelhantes. Aliás, aqui merece referência a uma boa sacada da Lei Cidade Limpa: tutelar a paisagem urbana compreendendo tudo que está visível por qualquer pessoa situada em uma área comum do povo - por isso a tutela da publicidade inclusive em bicicletas, p.ex.
Pedalar pela
cidade é uma experiência de mobilidade bastante presente na vida das pessoas em
muitas cidades do mundo. Meu amigo Alexandre de Barros Rodrigues ("Xandoq") esteve em Amsterdam, eis o seu relato:
Xandoq: Em primeiro
lugar, acho importante dizer que foi minha primeira visita a cidade, e fui
realmente surpreendido pelo trânsito (não congestionamento) caótico que
predomina no local. É uma confusão de bicicletas com motos, carros, ônibus e railway que pode a qualquer momento
fazer uma vítima (e eu, desavisado, quase fui uma delas logo que cheguei por
lá...)
Amsterdam não é
uma cidade grande, e as pessoas (de qualquer idade) possuem o hábito de pedalar.
Chega a ser louvável e ao mesmo tempo preocupante deparar-se com vovós que aqui
no Brasil talvez manejariam uma bengala, e nos lados de lá estão confiantes
pedalando suas bikes.
Centros com muitos pedestres e bicicletas pra lá e pra cá.
Na foto, um monte de bike estacionada em praça pública.
Percebi também
que existem tantas bicicletas, em sua grande maioria bicicletas muito simples e
até velhas, quem tem donos que nem se preocupam em amarrá-las, estando certos
de que nenhum atrevido ladrão teria interesse em levá-las. Simplesmente as
deixam estacionadas em qualquer lugar, sem uso de cadeado...
Eu, por exemplo, fui agraciado por esta maravilha abaixo, que peguei
alugada no Hotel que eu estava, por absurdos 15 EUROS o dia. Vejam o naipe da
magrela:
Bike muito simples... o intuito é pedalar.... As que estão chegando aqui em São Paulo parecem melhores do que essa. E há um detalhe que preciso contar. Logo que peguei essa bike, e
montei nela para andar, fiquei procurando o freio da mesma, tendo em vista que
não havia manetas no guidom, nem pastilhas acopladas às rodas... Foi só começando o
pedal que eu percebi que estas bikes de lá tem freio no próprio pedal, quando
voltamos a catraca para sentido contrário ao que está se indo.
Fiz uma primeira parada na região do Voldelpark, e fui conhecer o
letreiro famoso que fica perto do museu de Van Gogh. Pessoalmente, ele é menor
do que aparenta ser na foto:
Seguindo o
percurso, fui rumando sentido a estação central. No meio do caminho é possível
passar pelo Leidespleien, onde existe um centro comercial e um cheiro de
canabis bem evidente rsrs... Ali parei para almoçar e poder curtir os barcos e
pessoas que transitavam pelos canais:
Dai para a estação
central, me concentrei mais no pedal para render e chegar logo na estação
central, onde pretendia comprar uma passagem de trem rumo à Alemanha. O caminho é semelhante, sempre pela ciclovia e sempre seguindo o mesmo
rumo dos railways... O Sol estava bem forte e era mais ou menos umas 14:30h
quando cheguei na estação central de Amsterdam:
Foi um passeio bem
interessante... La perto da estação central, tive que amarrar a bike para
comprar meus bilhetes, e fiz uma pequena caminhada para conhecer um pouco mais
do lugares, inclusive o famoso Red Light District, abaixo:
Red Light District de dia, com bikes...
Enfim, foi isso.
Espero ter passado um pouco da minha experiência de como foi pedalar em
Amsterdam.
Um abraço a todos,
Lucas e Xandoq
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